Cartilha paternal - by RAP

O leitor conhece, de certeza, o livro O Pai, de Máximo Gorki, a história da luta revolucionária de um viúvo e seu filho, na Rússia czarista. Também já se emocionou com o famoso quadro Composição em Cinza e Preto: Retrato do Pai do Artista, de James McNeill Whistler. A serenidade terna do pai, sentado na cadeira com as mãos pousadas sobre os joelhos, toca todos os que o observam. E também já terá ouvido o comovente Requiem Alemão, em particular o seu quinto andamento, que Brahms compôs em memória de seu pai. Infelizmente, nenhuma destas obras existe. Ou melhor, as obras existem mas todas prestam homenagem à mãe. O mundo borrifa-se nos pais, e a arte limita-se a reproduzir esse menosprezo. Eu tenho a capacidade admirável de tolerar bem as injustiças, desde que elas não me afectem.(...) 


(...) Já vimos como a figura do pai é desconsiderada na literatura, na pintura e na música, mas essa desconsideração estende-se também às formas de arte mais belas. O mundo da pornografia online é um instrumento indispensável para compreender o nosso tempo, e é por isso que eu o estudo com bastante frequência e minúcia. Há, na pornografia, uma categoria artística chamada MILF, acrónimo de uma ideia que, em português, traduziríamos por Mães Com as Quais Gostaria de Manter um Contacto Íntimo Extremamente Festivo. Essa categoria alberga filmes nos quais jovens rapazes e até respeitáveis senhores manifestam e concretizam o desejo que descrevi acima. No entanto, não existe a categoria simétrica FILF, uma vez que, aparentemente, os pais são completamente desprovidos de sex appeal.

Ler mais:
 http://visao.sapo.pt/cartilha-paternal=f737588#ixzz2XQXnDwkl

Segundas...

A única coisa que me apetece dizer directamente às segundas-feiras é:

- Já pó quarto, estás de castigo!!!

O cão comeu-me o orçamento de Estado - by RAP

Quando Vítor Gaspar justificou a queda do investimento em Portugal com a chuva, milhares de alunos do ensino secundário terão festejado. Há um número bastante limitado de boas desculpas para não fazer os trabalhos de casa, e mesmo essas, à força de serem repetidas, têm vindo a perder prestígio. O falecimento dos avós, por exemplo, só pode ser alegado, no máximo, quatro vezes - muito pouco para os 12 anos de escolaridade obrigatória, uma vez que, em média, não permite ao aluno livrar-se de mais do que um trabalho por cada três anos, o que tem sido lamentado por madraços de todos os tempos e lugares.
O aparecimento de uma nova justificação, além do mais com o alto patrocínio do ministro das Finanças, alegrou certamente jovens de todo o país. Sá Carneiro tinha sonhado com um governo, uma maioria e um Presidente, mas o tempo veio a demonstrar que um estadista verdadeiramente ambicioso deve sonhar com um governo, uma maioria, um Presidente e um Anthímio do Azevedo. As condições climáticas têm sido injustificadamente descuradas pela ciência política. Nenhum ministro, por mais hábil que seja, consegue controlar o défice com uma humidade relativa superior a 65 por cento. O desemprego não baixa se a temperatura mínima for sistematicamente inferior a 12 graus. E os juros da dívida sobem com os aguaceiros fortes de noroeste.
Ainda assim, há quem considere que a desculpa apresentada por Vítor Gaspar inaugura um novo tipo estratégia: avançar com a chuva como justificação para o fracasso é uma espécie de política molha-parvos. Mas quem tem dúvidas de que o clima influi decisivamente na governação, visite a enevoada Noruega, que por isso mesmo não passa da cepa torta, e depois compare com o espectacular desenvolvimento económico das soalheiras ilhas de Cabo Verde. Não admira que os povos tropicais se organizem com frequência para, disponibilizando um pouco da sua riqueza, ajudar os pobres países nórdicos, prejudicados pelo clima inclemente.
Faz falta, no entanto, integrar mais claramente o factor meteorológico no discurso político, em especial nas campanhas eleitorais. Terá mais credibilidade o partido cujas promessas tomarem em consideração as variáveis climáticas. "Não cortarei o 13.º mês se o anticiclone dos Açores bloquear as frentes frias", por exemplo, é uma promessa moderna.  


Ler mais: 
http://visao.sapo.pt/o-cao-comeu-me-o-orcamento-de-estado=f736287#ixzz2WqozMLEV

Estou dividido...


Há dias assim...

Bem, foi esta a previsão para o dia de hoje (sexta-feira)... E o que é que isso quer dizer? Nada de nada mesmo, porque mesmo as trovoadas têm as suas pausas, e aqui este menino não tem medo de precipitação de água no seu estado líquido! Ah pois não!

Bem quer dizer... depende... de moto até tenho bastante receio...

Mas quero que se lixe, aproveitando uma aberta, zauuu lá vou eu de moto pó trabalho! Ah pois que isto de ir de carro fica caro, e para estacionar é mais complicado, mas o principal motivo foi mesmo porque tinha de ir tratar de uns assuntos, que implicaria deslocar-me a locais onde arranjar estacionamento seria uma tarefa para o Houdinni. 

E como eu acho que a "chuva molha tolos" a mim não me encharca, siga caminho.
Casa - Trabalho - sequinho, nada a apontar, hora do primeiro compromisso, siga com pé a fundo, ou melhor, com a mão levezinha que com o piso molhado não se brinca!!!

Daí até ao local do segundo appointment nem um pingo de H2O se estatelou na minha pessoa, e como tal, deixo já aqui a moto (descoberta) que também não me vou demorar! E é um facto que nem demorei... mas é precisamente quando me levanto para ir embora que começa a cair uma enorme tromba de água! E eu a ver a minha vida andar para trás... Mas nem 3 minutos depois lá parou, e siga logo de regresso ao trabalho, com uma chuvinha miúdinha que, pelo menos a mim, não me molha!

Hora de almoço, fazer tempo para escapar às grandes torrentes de água (desculpem lá o exagero, mas faz parte), e de novo no trabalho... Isto de andar de moto à chuva é um treino brutal para os meus braços:
 1º - Vou com tanto medo de cair, que vou agarrado ao guiador, tal qual o Hulk a destruir um tanque, qualquer dia dobro a manete! (Ah bicho!)
 2º - Ando mais devagar, logo estou mais tempo a fazer essa força toda!
Chego mesmo a ficar cansado eheheh

Para finalizar o dia, logo a seguir a mais uma queda avultada de líquido transparente, mais conhecido por água, tive de ir aos correios com coisas do trabalho, dentro do casaco para não se molhar, porque estava ainda a laurear uma chuvinha, chego lá e saio de lá com o tempo a aguentar-se, mas aquando do meu reencontro com o meu veículo de transporte do dia, começam os pingos a engrossar, e ala que se faz tarde, siga para casa.

Ora que mordomia tem o menino em casa? Uma piscina! Ah pois, gostas pouco, gostas! Não é só minha, é do condomínio, mas é igual, com esta chuvada que já se fazia ouvir, ninguém lá estava. Hummm, parece-me bem, ir para a piscina sozinho, depois de uma semana cansativa, que bem me soube! Sempre gostei estar dentro de água (seja piscina ou oceano) estando a chover ao mesmo tempo!



Que forma bacana de acabar a semana de trabalho!

Venha o fim-de-semana de 3 dias! Upa! E com direito a Gala!



Frases que só funcionam em inglês

Hey ref, you're so bad, that Michael Jackson wants his single back!




Da palhaçada - RAP

É uma história que se contava no início do século XIX. Um homem vai ao médico e diz: "Doutor, estou deprimido. Preciso de ajuda." O médico concorda: "O seu caso é muito grave. Só há uma solução para si: tem de ir ver o palhaço Grimaldi." "Mas, doutor", diz o homem, "eu sou o palhaço Grimaldi". Vamos manter presente esta curiosa ocorrência, que ela ainda vai ajudar-nos a compreender, através de um palhaço do passado, as palhaçadas do presente.
Sempre que alguém o critica, Miguel Sousa Tavares acusa o crítico de querer promover-se à sua custa. Ao longo dos anos, vários especialistas em marketing têm optado por essa campanha promocional infalível que consiste em apontar críticas a MST, e ele tem-nos denunciado a todos. A estratégia dos críticos é bastante pueril: uma vez que, até hoje, nunca se descobriu uma razão válida para criticar MST, fica à vista de toda a gente que as críticas só podem fazer parte de um plano de promoção pessoal do crítico.
Esta semana, no âmbito da campanha de promoção do seu novo livro, MST deu uma entrevista em que chamou "palhaço" ao Presidente da República. MST, sendo licenciado em Direito, conhece o código penal, e sabe que insultar o PR gera, como quase tudo o que é ilegal, uma atenção mediática que é muito favorável à promoção de pessoas e bens. Na minha opinião, toda a gente deveria poder dizer o que pensa do PR, e sobretudo deveria poder dizê-lo da maneira que entendesse. Quer o fizesse nos termos de um vulgar carroceiro, numa tasca qualquer (por exemplo: "Este Presidente é mesmo um palhaço"), quer com a sofisticação subtil e a criatividade engenhosa de um escritor (por exemplo: "Este Presidente é mesmo um palhaço"). Há várias maneiras de se dizer o que se pensa, e os escritores, só porque são mais hábeis com as palavras, não deveriam ter um estatuto diferente dos que manejam o idioma de um modo mais grosseiro. Infelizmente, o código penal não concorda comigo e pune tanto carroceiros como escritores.
No próprio dia em que foi publicada a ofensa que dirigiu ao Presidente, MST deu nova entrevista corrigindo a entrevista anterior, e admitiu que se tinha excedido. Ou seja, MST criticou-se a si próprio. Ora, como todos sabemos, a única razão que pode levar alguém a criticar MST é a vontade de se promover à custa dele. Finalmente, alguém se promove à custa de MST com todo o mérito e justiça - o que nos permite reescrever a edificante história inicial. Um homem vai à agência de comunicação e diz: "Doutor, estou a promover um livro numa época em que as pessoas compram muito menos livros. Preciso de ajuda." O director da agência concorda: "O seu caso é muito grave. Só há uma solução para si: tem de criticar o Miguel Sousa Tavares." "Mas, doutor", diz o homem, "eu sou o Miguel Sousa Tavares."


Ler mais:
 http://visao.sapo.pt/da-palhacada=f733769#ixzz2VSeott3a